sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Judenrat - A voz dos Judeus




Judenrat, do alemão,"Conselho Judeu", eram corpos administrativos que os alemães requereram que os judeus formassem em cada Gueto do Governo Geral (Parte central da Polônia ocupada).



Estes corpos de gerência eram obrigados a assegurar o governo geral do Gueto, e situavam-se como intermédios entre os Nazistas e a comunidade judaica. Eles foram forçados pelos Nazis a providenciar Judeus como trabalho escravo e a assistir na deportação de Judeus para campos de extermínio durante o Holocausto. Aqueles que recusavam seguir ordens Nazis, ou eram incapazes de cooperar totalmente, eram frequentemente cercados e assassinados ou deportados para os campos de extermínio.

Cena comum do Gueto de Varsóvia

Membresia do Judenrat



sábado, 17 de outubro de 2009

Armia Krajowa e seu papel no Levante








O Armia Krajowa,ou,literalmente Exército do País foi o maior grupo de Resistência da Segunda Guerra.Ela foi formada em fevereiro de 1942 da Walki Związek Zbrojnej (União para a Luta Armada) e chegou a ter quase 400 mil membros,sendo o maior e mais atuante grupo de resistência na Segunda Guerra.Nos próximos dois anos seguintes, ele absorveu a maioria das outras forças poloneses que tinham se organizado.Foi fiel ao governo polonês no exílio, e constituía o braço armado do que ficou conhecido como o "Estado clandestino polonês".

Durante o Levante do Gueto de Varsóvia,o AK ajudou combatendo e atacando sentinelas alemães fora do gueto e ataques esporádicos,mas importantes,contra soldados e guarnições que se movimentavam fora do Gueto.

Soldados da AK.( foto provavelmente do Levante de Varsóvia,em 1944)

Kotwica ou âncora,símbolo da AK.( o W vem de Walczaca e o P de Polska,WP,Polônia Luta. )

O Armia Krajowa organizou operações preliminares de resistência como as sabotagens de atividades alemães, incluindo transportes indo para a Frente Leste na União Soviética.Outras atividades gloriosas do Armia Krajowa foi o repasse de informações sobre as armas secretas alemães,os foguetes V1 e V2,a localização do laboratório de Peenemünde,localizações de campos de petróleo na Romênia e ainda a localização e o mapa exato de campos de concentração no Leste,onde incrível e minuciosamente,os guerrilheiros se infiltravam nos campos como se fossem um dos "detidos" e logo após conseguiam fugir do mesmo.Mapas detalhados eram feitos por homens da AK,muito útil para que os aliados não bombardeassem locais do campo onde era o alojamento dos prisioneiros.O AK também lutou em batalhas de larga escala contra os alemães, particularmente em 1943 e 1944 durante a Operação Tempest.

O AK também defendeu civis poloneses contra as atrocidades cometidas pelos não-alemães. Organizações militares, como o Exército Insurgente Ucraniano eo Polícia de Segurança Lituana. Devido a seus vínculos com o governo polonês no exílio, o Armia Krajowa foi visto pela União Soviética como um grande obstáculo para a sua aquisição do país. Houve aumento de conflitos entre AK e as forças soviéticas, tanto durante e após a guerra. Considerado um modelo de resistência heróica na Polônia moderna, Armia Krajowa ocasionalmente tem sido objeto de controvérsia.Ele foi retratado de maneira mais crítica na União Soviética e alguns países pós-soviéticos (principalmente Lituânia e Ucrânia, onde grupos militares que colaboraram com os alemães contra os soviéticos também entraram em choque com a resistência polonesa).

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ZOB-Organização Judaica de Combate


O " corpo e a alma" do Levante

O Żydowska Organizacja Bojowa (ZOB, polonês para a Organização Judaica de Combate; chamado em iídiche ייִדישע קאַמף אָרגאַניזאַציע) foi um movimento de resistência da Segunda Guerra Mundial, que foi fundamental na engenharia do Levante do Gueto de Varsóvia.O ZOB participou de uma inúmeras atividades de resistência.Notadamente, uma organização de resistência judaica segunda chamada Żydowski Związek Wojskowy (ZZW), formada principalmente por funcionários antigos do exército polonês,lutou juntamente com o ZOB na luta armada judaica.
Os grupos de jovens que foram fundamentais na formação da ZOB, já que eram justamente os mais novos e jovens que realmente enxergaram a real intenção alemã para com os judeus ali excluidos.Com um enfoque educativo e cultural começou a auto-defesa e evential luta armada.

Ao contrário da velha geração, os grupos de jovens tomaram esses relatórios a sério e não tinha ilusões sobre as verdadeiras intenções dos alemães. Um documento publicado três meses antes do início das deportações ,Hashomer Hatzair declarou: "Sabemos que o sistema de assassinato de Hitler, de abate e roubo de forma constante leva a um beco sem saída e à destruição dos judeus."
Em novembro de 1942, ZOB tornou-se oficialmente parte subordinada ao Alto Comando do Armia Krajowa,a Resistência Polonesa. Então o AK começou a fornecer à ZOB armas e treinamento,com o primeiro carregamento de armas e munição chegando em dezembro de 1942. Membros da ZOB e da Armia Krajowa

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Heróis do Gueto-Dr.Emanuel Ringelblun


Emanuel Ringelblum (Buchach na atual Ucraina, 12 de Novembro de 1900 - Varsóvia, 7 de Março de 1944) foi um historiador, pedagogo e escritor polonês.
Historiador formado na Universidade de Varsóvia, Emanuel Ringelblum trabalhou em organizações sociais, destacando-se na ajuda aos judeus poloneses deportados da Alemanha entre 1938 e 1939.
Com o início da Segunda Guerra Mundial e a ocupação alemã da Polônia, sua família e todos os judeus de Varsóvia foram realocados para o Gueto de Varsóvia em 1940. Dirigiu sociedade secreta chamada Oyneg Shabbos integrada por outros historiadores, escritores e rabinos judeus, que consistia em registrar a vida no gueto coletando depoimentos, posters, diários e outros documentos.
Além disso, foi também um dos mais ativos membros da organização social Ajuda Social Judia (Żydowska Samopomoc Społeczna).
Próximo da destruição do gueto em 1943, o arquivo foi posto em três latas de leite e em caixas de metal e enterradas. Ringelblum, sua esposa e filho conseguiram escapar do gueto. Entretanto, em 7 de março de 1944 seu refúgio foi descoberto pelos nazistas. Tanto Ringelblum e sua família como a família polonesa que lhes dava dava abrigo foram executados.
A totalidade dos arquivos de Ringelblum é parcialmente conhecida. Em setembro de 1946 dez caixas de metal foram encontradas nas ruínas de Varsóvia. Em dezembro de 1950 no porão das ruínas de uma casa na rua Nowolipki 68, foram encontrados mais duas latas de leite contendo mais documentos. Continham vários jornais clandestinos, testemunhos de deportações para o gueto, e avisos públicos do Judenrat, o conselho de administração do gueto, assim como documentos do dia a dia como anúncios de concertos, cupons de leite, embalagens de chocolate. Apesar de repetidas buscas, o resto do arquivo, incluido a terceira lata de leite, nunca foram encontrados. Supõe-se que podem estar localizados sob o que é hoje a Embaixada da China em Varsóvia.
Suas "Crônicas do Gueto de Varsóvia" é publicado em livro pela primeira vez em 1958. Algumas partes em Ídiche já haviam sido publicadas em Varsóvia em 1949-52.



retirado de : pt.wikipedia.org/wiki/Emanuel_Ringelblum

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Heróis do Gueto-Irena Sendler



Nesta postagem,relacionada às pessoas em vida ou em morte,que contribuiram de alguma forma para salvar vidas no Gueto de Varsóvia,não poderia eu começar sem falar do "Anjo do Gueto de Varsóvia" ou oficialmente Irena Sendler.
Irena Sendler ( 15 de fevereiro de 1910 - 12 de maio de 2008) foi uma ativista dos direitos durante a Segunda Guerra Mundial, tendo contribuido para salvar mais de 2.500 vidas ao levar alimentos, roupas e medicamentos às pessoas barricadas no gueto, com risco da própria vida.
Quando a Alemanha Nazi invadiu o país em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de bem estar social de Varsóvia, que organizava os espaços de refeição comunitários da cidade. Ali trabalhou incansavelmente para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, tanto judias como católicas. Graças a ela, esses locais não só proporcionavam comida para órfãos, anciãos e pobres como lhes entregavam roupas, medicamentos e dinheiro.Quando Irena caminhava pelas ruas do gueto, levava uma braçadeira com a estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si própria.
Ao longo de um ano e meio, até à evacuação do gueto no Verão de 1942, conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por várias vias: começou a recolhê-las em ambulâncias como vítimas de tifo, mas logo se valia de todo o tipo de subterfúgios que servissem para os esconder: sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacas de batatas, caixões... nas suas mãos qualquer elemento transformava-se numa via de fuga.
Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos de paz e por isso não fica satisfeita só por manter com vida as crianças. Queria que um dia pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes, a sua identidade, as suas histórias pessoais e as suas famílias. Concebeu então um arquivo no qual registava os nomes e dados das crianças e as suas novas identidades.
Os nazis souberam dessas atividades e em 20 de Outubro de 1943; Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a infame prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada. Num colchão de palha encontrou uma pequena estampa de Jesus Misericordioso com a inscrição: “Jesus, em Vós confio”, e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.
Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Foi condenada à morte. Enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional". Ao sair, gritou-lhe em polaco "Corra!". No dia seguinte Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados. Os membros da Żegota tinham conseguido deter a execução de Irena subornando os alemães, e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.
Em 1944, durante o Levantamento de Varsóvia, colocou as suas listas em dois frascos de vidro e enterrou-os no jardim de uma vizinha para se assegurar de que chegariam às mãos indicadas se ela morresse. Ao acabar a guerra, Irena desenterrou-os e entregou as notas ao doutor Adolfo Berman, o primeiro presidente do comité de salvação dos judeus sobreviventes. Lamentavelmente, a maior parte das famílias das crianças tinha sido morta nos campos de extermínio nazis.
De início, as crianças que não tinham família adoptiva foram cuidadas em diferentes orfanatos e, pouco a pouco, foram enviadas para a Palestina.
As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de código "Jolanta". Mas anos depois, quando a sua fotografia saiu num jornal depois de ser premiada pelas suas acções humanitárias durante a guerra, um homem chamou-a por telefone e disse-lhe: "Lembro-me da sua cara. Foi você quem me tirou do gueto." E assim começou a receber muitas chamadas e reconhecimentos públicos.
Em 1965, a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de Justa entre as Nações e nomeou-a cidadã honorária de Israel.
Em Novembro de 2003 o presidente da República Aleksander Kwaśniewski, concedeu-lhe a mais alta distinção civil da Polónia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi acompanhada pelos seus familiares e por Elżbieta Ficowska, uma das crianças que salvou, que recordava como "a menina da colher de prata".

sábado, 10 de outubro de 2009

Os líderes-Marek Edelman (Falecido recentemente)


O último comandante vivo da rebelião do gueto de Varsóvia contra os nazistas, em 1943, Marek Edelman, faleceu aos 90 anos, informa nesta sexta-feira o site do jornal polonês Gazeta Wyborcza.
"Marek Edelman, um dos comandantes da insurreição do gueto de Varsóvia, combatente da rebelião, cardiologista e militante da oposição democrática na época da Polônia comunista, faleceu em Varsóvia", revela o jornal.
"Chegou à idade avançada (...) e viveu sempre consciente da tragédia que enfrentou. Não posso dizer que era insubstituível, ninguém o é, mas poucas pessoas foram como Marek Edelman...", declarou o ex-chefe da diplomacia polonesa Wladyslaw Bartoszewski.
"Quero apresentar minhas condolências à família de Marek Edelman, à Nação polonesa e à Nação judaica. Ele era nosso herói comum", declarou à TV estatal Shewah Weiss, ex-presidente do Parlamento israelense.
"O presidente Lech Kaczynski ficou comovido com esta informação", declarou Maciekh Wypych, ministro da presidência polonesa.



Os Líderes-Mordechaj Anielewicz


Nascido de uma família simples da Polônia, iniciou sua militância ainda durante a infância, quando ingressou no Movimento Juvenil Sionista Betar, de orientação revisionista-liberal. Mais tarde, Anielewicz ingressou no Hashomer Hatzair, movimento sionista-socialista.
Uma semana após a invasão nazista da Polônia, em 1939, Anielewicz, juntamente com mais um grupo de companheiros, fugiu de Varsóvia, abrigando-se na parte Leste do país, então invadida pela União Soviética. Ao fim das manobras do Exército Vermelho na região, Ele e seus amigos ultrapassaram clandestinamente a fronteira com a Romênia, com a intenção de buscarem uma forma de seguir até a então Palestina.
A Palestina era então uma possessão britânica, e a imigração de judeus para a região estava interrompida pela Inglaterra, atendendo às pressões dos líderes árabes. Anielewicz então resolveu permanecer na Romênia a fim de estabelecer uma rota segura para a fuga de mais judeus das áreas ocupadas pelos alemães e para o estabelecimento de maneiras de levar clandestinamente estes refugiados para a Palestina.
Em 1940, Mordechaj Anielewicz passou-se então para a Lituânia, onde estabeleceu na cidade de Vilna um escritório da Liga Combatente Judaica, um grupo clandestino de resistência à invasão nazista. Ao lado de sua namorada, Mira Fuchrer, organizou palestras, publicou folhetos e recolheu donativos para sua campanha.
No verão de 1942, Anielewicz retornou à Polônia ocupada, onde passou a organizar células armadas de combate aos alemães. Nesta mesma época, começaram as deportações em massa de judeus para os campos de extermínio de Treblinka. Em 1943 foi eleito comandante-em-chefe da Liga Combatente Judaica e estabeleceu contatos com o governo polonês no exílio, sediado em Londres.
No ano seguinte, Anielewicz infiltrou-se no interior do Gueto de Varsóvia, onde passou a organizar um levante. Com armas contrabandeadas, a revolta estourou em 18 de janeiro de 1943.
Mordechaj Anielewicz, ao lado de Mira Fuchrer, cometeu suicídio em 16 de maio de 1943, depois de cinco meses de luta contra os nazistas. O quartel-general da resistência, estabelecido numa casa da Rua Mila, 18, estava cercado há oito dias pelos soldados alemães. Seus restos mortais foram incinerados pelos nazistas.
Ao final da guerra, Mordechaj Anielewicz recebeu póstumamente a comenda Virtuti Militari, a mais alta medalha de honra do exército polonês.
Em memória de Mordechaj Anielewicz foi erguido um monumento na sua cidade natal de Wyszków. Em Israel, o kibbutz Yad Mordechai também o homenageia.